1 - Como o próprio nome indica, a Confirmação é um sacramento que confirma nossa fé de batizados. Se antes nossos pais e padrinhos responderam por nós no compromisso do Batismo, agora somos nós mesmos, de maneira consciente, que optamos pela proposta de salvação que nos faz o Pai, por Cristo, e através de sua Igreja.
2 - O ponto alto desse sacramento é a imposição das mãos pelo bispo sobre o crismando e a unção com o óleo do Crisma, tudo significando e realizado ao mesmo tempo uma consagração mais viva e definitiva do crismando a Deus.
3 - O Espírito Santo de Deus é quem confirma os cristãos junto ao Pai. Aqui, pois, a celebração é de cunho verdadeiramente pentecostal, ou seja, de abertura ao Santo Espírito Paráclito, para a sua ação verdadeiramente transformadora e radical dos corações e, ao mesmo tempo, uma profunda entrega às suas inspirações, para a concretização plena da fé batismal, segundo os desígnios do coração de Deus.
4 - Interessante é observar a ação do Espírito Santo nos sacramentos do Batismo e da Confirmação. No Batismo podemos dizer que sua ação é regeneradora, conversiva, de purificação quanto ao pecado. Já na Confirmação, Ele vem como que visitar o batizado por ele recriado, a fim de dar-lhe todo o valor profético das palavras do próprio Cristo (cf. Jo 14,16-17/;; 15,26; 20,22; Lc 12,11-12; Rm 8,14-16; Mt 28,18-19), isto é, o Espírito vem confirmar o batizado na fé apostólica e eclesial, firmá-lo nas verdade do reino de Deus e robustecê-lo com o ânimo da força evangélica, dotando-o enfim do próprio Espírito de Deus. Nesse sentido, o Catecismo vai ensinar: “Por isso, é preciso explicar aos fiéis que a recepção deste sacramento é necessária à consumação da graça batismal” (cf. CIC nº 1285).
5 - Assim, a vocação cristã, nascida pela fé e pela graça batismal, torna-se plena e fecunda no Pentecostes da Confirmação. Aqui, é verdade, não vai haver os sinais externos, como vendaval, línguas de fogo etc. (cf. At 2,1-3), mas vai registrar, com muito mais profundidade, o fogo purificador, iluminador e encorajador de corações (cf. At 4,31), tornando os crismandos e todos os cristãos um só coração e uma só alma (cf. At 4,32).
6 - Propõe-se que a liturgia da Confirmação seja sempre dentro da celebração eucarística, solene pois e de grande alegria. A comunidade deve participar dessa celebração com vivo interesse, visto que os crismandos são membros dela e que a ela se associam mais plenamente, preparados que foram não só para a liturgia em si, mas também para um engajamento mais prático na vida da comunidade e de toda a Igreja.
7 - Saibamos que o ideal é que os sacramentos da iniciação cristã sejam celebrados juntos, o que não está bem evidente na pastoral de nossas Igrejas, como também nos costumes de nossas famílias e de nossas comunidades. Na prática, pois, a celebração é recomendada é para a fase juvenil, ou mesmo na juventude. Isso ocorre dos quinze anos em diante, quando já se pode admitir um grau de responsabilidade maior para o jovem, com uma capacidade de opção e de um desejo de crescimento também na vida de fé. A Igreja, sensível a essa realidade do ser humano, em sua pastoral sacramental aí então os prepara, de maneira o quanto possível mais conveniente. O sacramento exige, por sua natureza, uma preparação sólida, de firmeza cristã, e não apenas um crescimento físico ou uma maturidade biológica.
8 - Na celebração do sacramento da Confirmação, os crismandos são também chamados a lembrarem de seu batismo, fazendo antes a renovação das promessas batismais, antes respondidas por seus pais e padrinhos.
João de Araújo