CANTO

13ª ESTAÇÃO: JESUS É TIRADO DA CRUZ E ENTREGUE À SUA MÃE

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo!

REFLEXÃO

D - Que dizer agora, irmãos? O mistério é indizível, e o Amor chegou aos extremos! Sim, os horizontes do mundo não podem conter o horizonte deste amor infinito! Eis nítida a paixão de Deus por todos nós! O corpo de Jesus, “vítima de expiação pelos nossos pecados”, é agora tirado da cruz e entregue à sua Mãe. Não é uma cena fácil de entender. Não é mesmo para ser entendida. Existe, sim, para ser contemplada.

T - Maria, a Mãe esquecida e silenciosa, a Mãe-exemplo, a Mulher-forte, escrava escolhida para ser Mãe de Deus, recebe o filho em seus braços. Seu “sim” a Deus, na anunciação do anjo, era também um “sim” a este momento cruciante, de dor e de redenção. “Sim”, que Deus só reserva aos fortes e aos puros de coração. “Sim”, capaz de salvar os abismos do mundo.

D - Na história humana, marcada pelo pecado, e mesmo em nossos dias, cenas da vida nos lembram esta cena do Calvário. Mães da Candelária e de outras praças, de Vigário Geral e de mil outras favelas, mães do interior agreste e de aldeias indígenas... Suas lágrimas choram a dor de tantos massacres, legitimados e quase sempre favorecidos pelos amantes do desamor.

T - Sejamos sensíveis, sim, mas sejamos vigilantes também, pois é fácil chorar o Cristo morto. É simples e cômodo ter compaixão de sua Mãe dolorosa. Difícil é seguir o Cristo vivo, nas exigências do Reino. Difícil, muito difícil, é carregar a própria cruz, sem resmungar, querendo-a mais leve que a dos outros! Difícil é seguir Maria em seus exemplos de pureza e de fidelidade.

D - Chorar diante do Senhor Morto, na Sexta-Feira da Paixão, molhar lenços ou tirar do esquife algumas flores, na verdade é muito fácil. E é o que muitos fazem. Alegrar-se, porém, no Domingo da Páscoa, em coerência cristã, como Madalena, é mais difícil, pois a ressurreição exige que anunciemos também o Cristo vivo, em nós e na face de cada irmão.

T - É fácil, muito fácil, lamentar também os massacres de hoje. Das famílias, das instituições sadias, dos assentamentos, dos bons costumes, da ordem e da paz. O importante, porém, é lutar por um mundo justo. Choremos, pois, os massacres do mundo, e muito choremos, mas tenhamos sede de Deus e de sua justiça!

ORAÇÃO

T - Pai de bondade, na vossa eterna sabedoria, não mandastes uma legião de anjos para salvar o vosso Filho, mas mandastes o vosso Filho para nos salvar. Não afastastes aquele cálice amargo para que, no Cálice, tivéssemos, depois, o penhor da salvação. Ajudai nossas famílias a serem instrumentos vivos de salvação num mundo que condena, explora e dilacera. Ensinai-nos a morrer para que aprendamos também a ressuscitar. Por Cristo vos pedimos. Amém.

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