CANTO

10ª ESTAÇÃO: JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

REFLEXÃO

D - Contemplemos, irmãos e irmãs, esta cena do Calvário: Cristo-Deus, Senhor de tudo, agora reduzido pelos homens a Senhor do nada! Senhor nem mesmo de suas vestes. Até estas já lhe sobram. Ou melhor: até estas lhe são roubadas. Amando o que é superficial, como ensina o mundo materialista, muitos vão lançar sorte sobre a sua túnica.

T - Contemplemos também o Calvário de tantas vidas. Famílias inteiras despojadas de sua grandeza, agredidas em sua dignidade, feridas em seus direitos. Pessoas desrespeitadas em seu pudor, no triste espetáculo de um mundo sem pudor!

D - Nesta estação, voltemos também nosso olhar para a humanidade. E ei-la despida de valores verdadeiros. Seu modernismo atual nivela tudo. E tudo banaliza. O ser humano virou coisa, vulgar e descartável, que se usa, simplesmente. Brinca-se com a dignidade humana. E brinca-se com o sexo, pois tudo é livre nesse mundo de escravos! No palco de seus embustes e de suas farsas, verdade e mentira são irmãs gêmeas, que vestem o mesmo casaco. Para uma humanidade assim, às avessas e sem rumo, só lágrimas, e muitas lágrimas!...

T - Numa sociedade de consumo e excludente, como a nossa, onde o “ter” faz calar tantas vozes, a ganância impede que muitos se vistam com dignidade, enquanto a nudez de espírito torna muitos corpos nus e oferecidos em prostituição barata.

D - Nos arredores de Jerusalém, Cristo é despojado de suas vestes, e nos arredores de nossas cidades casas de desonra se multiplicam. Corpos criados por Deus para serem, sempre, templos vivos da Trindade, nelas se transformam em corpos-coisa, corpos-nada, a preço de chuchu!

T - Fixemos, porém, nosso olhar no Calvário. Olhemos para o chão bendito de nossas vidas. Nele Deus plantou, por mãos sofridas, a semente de um mundo novo, a viva alegria dos dias pascais. No chão dos pobres e da esperança, um povo se alegra por construir a esperança.

ORAÇÃO

T- Ó Deus, que voltais sempre o olhar para os pobres e pequeninos, contemplai o corpo quebrado de vosso Filho, o corpo dilacerado por amor, e refazei nele nossos corpos vencidos, para que, um dia sepultados, brotem enfim para a eternidade. Por Cristo vos pedimos. Amém.

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