Introdução geral

1 - Com o objetivo de oferecer às comunidades cristãs uma pequena colaboração no tocante às celebrações da Semana Santa (tanto nas celebrações de cunho litúrgico como também naqueles exercícios de aspecto mais devocional, chamados então de piedade popular), os textos aqui apresentados são de ordem puramente pastoral. Gostaria de propô-los como serviço desinteressado àqueles que talvez deles possam tirar algum proveito, mesmo para outros fins, como reflexões pessoais, estudo em grupo etc..

 

2 - Neste trabalho, sem pretensões, esforcei-me para conciliar liturgia e devoção, atos litúrgicos e ações devocionais, combinando sentimentos litúrgicos e sacramentais com os sentimentos sadios de nosso povo. Na verdade, nosso povo cultiva sentimentos muitas vezes num contexto também de opressão, de sofrimento e de injustiça, de angústias e de exclusões, contexto que, embora distante daqueles acontecimentos bíblicos, vê-se hoje historicamente ainda mais aviltante para o povo simples e indefeso. É consolador, porém,  saber que, olhando nosso povo para os passos do Salvador, teima em plantar e fazer brotar a esperança, na utopia cristã de um mundo melhor.

 

3 - No coração, pois, de nosso povo está o desejo de ser mais gente, num viver sóbrio, equilibrado e generoso, e esse desejo é o Espírito de Deus que faz renascer sempre no coração humano, como aspiração legítima, tudo num ritmo então harmonioso e constante. As obras da carne, segundo os critérios do mundo, ditadas, valorizadas e impostas pelo Príncipe das trevas, opõem-se frontalmente ao desejo sadio de realização humana e cristã, desejo este que se encontra no  projeto amoroso de Deus, revelado em Jesus Cristo e que tem como meta definitiva a salvação da humanidade.

 

4 - Os textos estão, às vezes, acompanhados de uma pequena nota, geralmente de explicação bíblica, contextuando-os, ou explicando sua tradição, para uma compreensão também mais objetiva do leitor. Além disso, alguns encontram-se também com inspiração nos Santos Padres e na Liturgia das Horas.

 

5 - Julgando oportuna, coloco aqui uma nota de esclarecimento: na liturgia pré-conciliar, o quinto Domingo da Quaresma era chamado de “Primeiro Domingo da Paixão”, e o sexto (nosso atual Domingo de Ramos), de Segundo Domingo da Paixão ou de Ramos. No quinto domingo, era costume cobrir as imagens e os próprios Crucifixos, querendo simbolizar, como se lê  nas Particularidades do Tempo, sentimentos da Igreja, como “compaixão pelo Esposo” e “em sinal de tristeza” diante do ocorrido. Porém, com os avanços da teologia bíblica e litúrgica, na reforma do Concílio Vaticano II aquela  compreensão foi superada, voltando então a Liturgia para o horizonte do Mistério Pascal de Cristo, onde até mesmo o roxo da Quaresma não indica tristeza ou dor, mas sentido penitencial de preparação e de conversão para a Páscoa, afastando-se, pois, as celebrações de toda conotação negativa.

      

6 - Como subsídios que são, os textos portanto aqui apresentados  podem ser adaptados à realidade de cada comunidade cristã. Se chegarem a ser úteis a alguma celebração litúrgica e, principalmente, aos grandes exercícios espirituais e de piedade de nosso povo, como também a reflexões de grupo que se reúne para aprofundamento de temas pascais, ou mesmo a reflexões de âmbito pessoal, sentir-me-ei plenamente feliz e recompensado.  

 

João de Araújo

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