Genuflexão e inclinação na missa

Notas preliminares:

 

1 - O documento da CNBB – n. 43, no número 239, e a IGMR, no número 310c, falam do lugar destinado aos ministros no presbitério, ministros aqui entendidos como todos aqueles que estão envolvidos mais diretamente na celebração, como o padre, o diácono, os acólitos, leitores, salmista e ministros extraordinários da comunhão. O animador do canto e o comentarista, por estarem mais a serviço da assembleia, não devem exercer a sua função do presbitério, mas de lugar apropriado, que revele a natureza de seu ministério.

2 - Acontece, porém, que muitas igrejas, não dispondo de um presbitério mais espaçoso, acabam se conformando também com ritos processionais mais pobres, como na entrada, por exemplo, onde apenas o sacerdote e os acólitos participam. No caso em foco, nada impede que o rito de entrada seja solene, pois no presbitério ficaria apenas o sacerdote com os acólitos, e os demais ministros tomariam lugar nos bancos da frente, para facilitar também o exercício de seu ministério. Assim, leitores e salmistas ficariam próximos ao ambão, e os ministros da comunhão mais próximos do altar. 

3 - O tema aqui proposto, levando em consideração o que nesta nota se expõe, destina-se principalmente àqueles ministros, de qualquer função, iniciantes no ministério, como também até mesmo aos fiéis em geral, que queiram uma compreensão dos gestos de genuflexão e de inclinação na Liturgia.  Numa tentativa de facilitar a assimilação do tema, a modalidade aqui proposta é de perguntas e respostas, como no sistema antigo do catecismo. Eis, pois, as questões:

- O que é genuflexão?

Genuflexão é o ato físico de dobrar o joelho direito até o chão. Significa adoração. Por isso, é reservada ao Santíssimo Sacramento e à Cruz, esta da Sexta-feira Santa até o início da Vigília Pascal do Sábado Santo.

- Na missa faz-se genuflexão?

A genuflexão na missa, regra geral, é feita somente pelo sacerdote, em três momentos: depois da elevação da hóstia, após a elevação do cálice e antes da Comunhão. Caso, porém, haja no presbitério tabernáculo (sacrário) com o Santíssimo Sacramento, todos os ministros então devem fazer a genuflexão, no início e no final da missa, mas não durante a celebração. O diácono, ou o leitor, quando conduz o Evangeliário, por causa da dignidade desse livro sagrado fica dispensado da genuflexão.

- O que é inclinação?

Inclinação, em liturgia, é também ato físico relacionado com o nosso corpo. Existem duas espécies de inclinação: inclinação profunda, ou do corpo, e inclinação simples, ou da cabeça. A inclinação é sinal de reverência e de honra que se atribuem às pessoas e seus símbolos. Faz-se inclinação da cabeça, quando se nomeiam juntas as três pessoas da Trindade, como no início e no fim da missa e como acontece também no "Glória ao Pai...", no fim dos salmos na Liturgia das Horas. Já a inclinação profunda se faz ao altar; às orações “Ò Deus todo-poderoso, purificai-me” e “De coração contrito”, próprias do sacerdote; no Símbolo Niceno-Constantinopolitano às palavras “E se encarnou”; e, no Cânon Romano (Oração Eucarística I) às palavras “Nós vos suplicamos”, da epiclese sobre os comungantes. Na prática, porém, essa orientação da Instrução Geral quase não se verifica.


Por quem e como são feitas na missa as duas espécies de inclinação?


São feitas por todos os ministros (sacerdote, diácono e leigos), no início e no final da missa, mas não durante a celebração, assim como acontece também com a genuflexão, quando há sacrário no presbitério com o Santíssimo Sacramento. A inclinação profunda, ou do corpo, regra geral é feita por todos, e a inclinação simples, isto é, a inclinação da cabeça, é feita somente por aqueles ministros que conduzem algum objeto sagrado, como a cruz, as velas, o turíbulo, a naveta com incenso etc..

Na missa há também momentos de genuflexão e de inclinação para os fiéis?


- Tais gestos os fiéis devem fazer quando chegam à igreja e quando dela saem, nas circunstâncias acima descritas. Além destes, durante a celebração há aqueles momentos referidos no início (no Símbolo e na epiclese do Cânon Romano).  Também na Oração Eucarística, no momento do relato eucarístico ou Consagração, depois de cada elevação (da hóstia e do cálice), quando o sacerdote faz a genuflexão, juntamente com ele os fiéis que não podem ajoelhar-se podem fazer uma inclinação profunda, isto é, do corpo, como propõe a Instrução Geral.

 

Nota: Ainda não estão sendo aplicadas no Brasil as inovações propostas pela nova Instrução Geral sobre o Missal Romano, em sua 3ª edição típica, principalmente qaunto às genuflexões e inclinações.

João de Araújo

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João de Araújo - Genuflexão e inclinação na missa