As cores do Ano Litúrgico

1 - Como a Liturgia é ação simbólica, também nela as cores exercem um papel de vital importância, respeitada a cultura do povo, os costumes e a tradição. Dizendo que “as diferentes cores das vestes sagradas visam a manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico” (cf. IGMR nº 345), a Igreja quer que vejamos e vivamos o simbolismo das cores litúrgicas em sentido claramente mistagógico.

2 - Na fixação das cores, o Missal, para festas mais solenes, dá liberdade para o uso de cor diferente, dizendo: “Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia” (cf. IGMR nº 346g). As cores dizem respeito às vestes sagradas, à toalha do altar e do ambão. Pode-se, pois, assim descrevê-las:

Cor roxa


3
- Usa-se: No Advento, na Quaresma, na Semana Santa (até Quinta-Feira Santa de manhã), e na celebração de Finados, como também nas exéquias. Quanto ao Advento, era de se esperar que o Missal propusesse outra cor que não fosse a roxa, pois na reforma litúrgica o Advento não é mais um tempo propriamente penitencial, como a Quaresma. A cor violácea seria talvez mais expressiva e mais amena.

Cor branca


4
- Usa-se: Na solenidade do Natal, no Tempo do Natal, na Quinta-Feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, no Tempo Pascal, nas festas do Senhor e na celebração dos santos não mártires. Na Oitava do Natal e no Tempo Pascal ocorrem celebrações de mártires, quando então a cor litúrgica é o vermelho. Para o altar, em reverência ao que nele se celebra, a Instrução Geral propõe que se coloque sobre ele ao menos uma toalha de cor branca, combinando com seu formato e seu tamanho (cf. IGMR nºs. 117 e 304).

Cor vermelha

 

5 - Usa-se: No Domingo da Paixão e de Ramos, na Sexta-Feira da Paixão, no Domingo de Pentecostes e na celebração dos mártires, apóstolos e evangelistas. Embora evangelista e apóstolo, a festa de São João evangelista, em 27 de dezembro, é de cor branca.

Cor rosa

 

6 - Pode-se usar: No terceiro Domingo do Advento (chamado "Gaudete") e no quarto Domingo da Quaresma chamado "Laetare"). Esses dois domingos são classificados, na Liturgia, de "domingos da alegria", por causa do tom jubiloso de seus textos, como que antecipando as festas que preparam (Natal e Páscoa).

Cor preta

 

7 - Pode-se usar, onde for costume, na missa dos fiéis defuntos. Aqui, uma observação, de cunho pessoal, salvo melhor juízo: dado o sentido pascal da morte cristã, seria desejável que o Missal propusesse o uso da cor branca tanto nas exéquias como na missa. Assim não seria enfatizado tanto o sentido do luto, mesmo como dado antropológico, mas o sentido da ressurreição, mistério próprio da fé cristã, como belamente reza o Prefácio dos Defuntos-I: “Senhor, para os que creem em vós a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.

Cor verde

 

8 - Usa-se: Em todo o Tempo Comum, exceto nas festas do Senhor e dos santos não mártires nele celebradas, quando a cor litúrgica é o branco.

Nota: Se uma festa ou solenidade tomar o lugar da celebração do tempo litúrgico, usa-se então a cor litúrgica da festa ou solenidade. Exemplo: em 8 de dezembro, celebra-se a Solenidade da Imaculada Conceição. Neste caso, a cor litúrgica é então o branco, e não o roxo do Advento. Este mesmo critério é aplicável para a celebração dos dias de semana.

João de Araújo

 

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