Curso do Evangelho de Marcos

CAMINHAMOS NA ESTRADA DE JESUS
(Curso bíblico sobre o Evangelho de Marcos)

1 - ESCLARECIMENTOS INICIAIS

a) É próprio de Marcos (Mc) descrever o seu Evangelho (Ev) como uma grande caminhada, de Cristo e dos discípulos, rumo a Jerusalém, partindo da Galiléia. Nesta caminhada, é sua intenção que também nós nos coloquemos, a fim de nos situarmos no "hoje" da história da salvação.

 

b) Quem foi Marcos?


Um discípulo de Jerusalém, cujo nome completo era João Marcos (At 12,12). Foi companheiro de Paulo e de Barnabé, em viagens apostólicas (At 12,25; 13,5.13; Fm 24; 2Tm 4,11; At 15,37.39). Era também primo de Barnabé (Cl 4,10). Seguiu depois Pedro para Roma, de quem se tornou discípulo e intérprete (1 Pd 5,13).

 

c) Mc escreveu o seu Ev em Roma, possivelmente em 64 ou, no mais tardar, antes de 70, tendo como fonte as pregações de Pedro. As comunidades de Mc eram, pois, oriundas do paganismo, daí sua ênfase aos milagres.

 

d) O tempo de Mc, e de suas comunidades, foi de muito sofrimento (hostilidades, perseguições, martírios, conflitos internos, dominação dos poderosos etc.). Assim, Mc apresenta o seu Ev como uma estrada, onde a caminhada se inspira na caminhada de Jesus, com a sua cruz (8,34-35).

 

e) O Ev de Mc é o menos sistemático de todos. Nele não aparece tanto a " logia", isto é, os grandes sermões e discursos, como em Mt, Lc e Jo, exceto a instrução de 13,1-37. Seu tema essencial é o "Messias oculto", ou "Filho do Homem", único título que, em Mc, Jesus atribui a si mesmo (8,31; 9,9. 12.31; 10,33; 14,21.41).

Três vezes esse título é usado para indicar a glória que vai ter como Messias junto de Deus (14,62; 8,31; 13,26); duas vezes vai indicar poder (2,10.28), e em 10,45 indica Jesus como Salvador. Ao nome "Filho do Homem" estão ligados três elementos essenciais: sofrimento, glória e poder. Remete diretamente para as profecias do Antigo Testamento (AT), a saber: Ez 3,1.4.10.17; 4,1; Dn 7,13, e liga-se também diretamente a Isaías (Cf. Is 42,1-4; 49,3; 52,13-53,12). O título de "Filho de Deus" é dado por Mc no início (1,1.11), e por um pagão, no fim do Ev (15,39).

 

f) No Ev de Mc, os discípulos aparecem como o xodó de Jesus. De fato, no início, Jesus os chama (1,16-20), e também no fim ( 16,7.15 ), e diz, em 3,34 , que eles são os seus irmãos, irmãs e mãe. Jesus, em casa, explica a eles muita coisa que não tinham compreendido fora (4,10.11.33.34). Mas Mc quer dizer, assim, que não só eles, mas também nós, somos sempre o xodó de Jesus, mesmo com nossas imperfeições.

2 - OS TRECHOS DA ESTRADA NA CAMINHADA DE JESUS

a) Pode-se falar de quatro trechos, passos ou etapas na caminhada dos discípulos com Jesus no Ev de Mc. Depois da Introdução e Apresentação (1, 1-15), temos:

 

1º trecho: 1,16-6,13 - O entusiasmo no início da caminhada. Este primeiro passo começa com a chamada dos discípulos, à beira do lago (1,16) e termina com o envio para a missão (6,13).

2º trecho: 1,35-8,21 - O mistério da pessoa de Jesus já aparece. Nos discípulos surge a crise de não entender.

3º trecho: 8,22-13,37 - A cegueira causada pela luz escura da Cruz é combatida pela instrução de Jesus.

4º trecho: 14,1-16,8 ( O fracasso final é apelo para recomeçar tudo de novo ). Mc 16,9-20 conclui o Ev e mostra o início da vida da Igreja.

b) Como se vê, esse pode ser um roteiro básico para a compreensão do Ev. de Mc. Nele podemos olhar como se fosse num espelho, a fim de vermos também refletida a nossa vida.

3 - CAMINHANDO PARA VALER

3.1 - Início da estrada (1,16-6,13)

a) No início, nos primeiros seis capítulos, Jesus quase não pára. Os discípulos estão com ele por todo lado: na praia, na estrada, na montanha, no deserto, no barco, nas sinagogas, nas casas, nos povoados, por toda a Galiléia. Muito entusiasmo, pois, aqui no início. Também hoje, conosco, pode ser assim: no início, muito entusiasmo, depois...

 

b) Os discípulos são pescadores e estão trabalhando, mas deixam tudo: barco, redes e até família (1,16-20); Mateus deixa a sua fonte de ganhar dinheiro (2,13-14). Seguir Jesus, assim, para Mc., supõe uma ruptura.

 

c) Como se falou acima, os discípulos acompanham Jesus por todo lado (1,21; 2,15.23; 3,7; 4,10.34; 5,1; 6,1). E experimentam a dureza da caminhada (3,9.20; 4,36; 5,31). Andando com Jesus, eles aprendem a nova linha do Ev. (2,15.18.23-28). Por isso, são criticados e condenados também pelos fariseus (2,16.18.24), mas são defendidos por Jesus (2,19.25-27; 7,1-13).

 

d) Esse início marca também o conflito crescente de Jesus com as autoridades (escribas, fariseus e herodianos), mas também com parentes e com o povo de Nazaré (2,6-11.16.18.24; 3,6.21; 6,2-3). Mas marca sobretudo, e solenemente, a chegada do Reino de Deus (1,15).

3.2 - Segundo trecho - Os desencontros (1,36-8,21) - Curvas e lombadas

a) Aqui os discípulos seguem Jesus, mas não sabem quem de fato ele é. Isto acontece também conosco. Basta olhar os diversos movimentos da Igreja, como também as inúmeras denominações cristãs protestantes, com o seu "Jesus particular". "Cristo estaria dividido?", perguntou um dia São Paulo (1Cor 1,13). Os primeiros sinais de desencontro então já aparecem, mesmo antes do término da primeira etapa (1,36.38).

 

b) Mc parece perguntar-nos: " O Jesus que vocês têm na cabeça não parece com os óculos que vocês usam? Vejam bem: se a cor dos óculos..." Outros desencontros: 5,30.31; 6,32-37. E ainda, depois da primeira multiplicação dos pães, veja-se o que diz 8,4. O pior, porém, agora vai aparecer: Mc diz que os discípulos tinham o coração endurecido (6,52; Cf. Sl 95,8; Nm 20,2-10; Ex 4,21; 7,13; 8,11.15.28; 9,7). Vejam bem: Aqui os discípulos são comparados não só com o povo rebelde no deserto, mas também com o tirano Faraó do Egito.

c) Há aqui ainda outro ponto crítico: 8,14-21. Nesse texto, Jesus faz nada menos de sete perguntas, sem esperar resposta. Por incrível que pareça, os discípulos já não se diferenciavam dos inimigos de Jesus (Comparar 3,5 e 8,17 e, depois, 4,11-12 e 8,18). A impressão é que os discípulos estavam perdendo até o pouco que tinham (4,25), em vez de crescer com o muito que Jesus lhes oferecia.

 

d) Qual a causa enfim para tantos desencontros?

Vejamos: a causa principal do desencontro entre Jesus e os discípulos estava ligada certamente ao conceito de Reino Messiânico que eles tinham. Em outras palavras, a esperança messiânica que eles alimentavam era diversificada, pois cada um tinha um tipo de Messias na cabeça, mais de acordo, parece, com a ideologia dominante, mesmo religiosa.

Assim, temos: Messias Santo ( 1,24 ); Messias Doutor (1,22.27); Messias Sacerdote (1,8); Messias Profeta (6,4; 14,65); Messias Rei (15,9.32). Mas, como se vê, ninguém esperava um Messias Servo, conforme anunciado por Isaías (Is 42,1; 49,3; 52,13). Os discípulos, coitados, tinham os pés no chão, junto do povo pobre e excluído, mas tinham também a cabeça feita pelo " fermento dos fariseus e herodianos " (8,15).

 

e) Sem entrar em moralismo, podemos dizer que, hoje, em camisetas e nos vidros de carro, ainda aparecem títulos de Jesus para todo gosto: " Só Jesus salva! " - "Jesus é legal!" - "Jesus é 100%!" - "Jesus é o maior!" - "Paz? Só com Jesus!" - "Um bom papo com Jesus". E Jesus continua desconhecido pelos pobres habitantes da Terra de Santa Cruz!


3.3
- Terceiro trecho - (8,22-13,37) - A cegueira é perigosa


3.3.1 - Atenção! Cruz depois da curva! (8,22-10,52).

a) Aqui vamos ver momentos ainda mais difíceis. Os discípulos seguem Jesus, mas, como sempre, sem entender. Na estrada agora o assunto principal é a Cruz. No tempo de Mc, havia muitas cruzes. Não só, pois, a de Cristo, mas também as das comunidades, como podemos falar hoje das cruzes do povo brasileiro, de nossas famílias e até das cruzes de cada um de nós.

 

b) Mc procura iluminar a estrada, para eles e para nós. A partir de agora o ambiente muda. O vento da incompreensão levou para longe o entusiasmo inicial, e a mentalidade dominante fez arrefecer o "amor primitivo" (Cf. Ap 2,4). Também os milagres aqui estão reduzidos: só três, duas curas de cegos e uma expulsão malígna (8,25; 9,25-26; 10,52). Mas para onde foi a  multidão?

A multidão? Ah! sim. Foi plantar batatas na aridez do deserto. Agora, só Jesus e os discípulos. Estes são levados para Jerusalém e, enquanto caminham com Jesus, recebem do Mestre uma longa instrução sobre a Cruz. Primeiro, uma instrução através de palavras (8,22-10, 52 ); depois, outra através de testemunho e ação (11,1-12,44) e, finalmente, outra instrução através de um discurso (13,1-37).

 

c) Os dois cegos curados são símbolo da cegueira dos discípulos, pois estes também "tinham olhos e não enxergavam" (8,18). Para curá-los, Jesus também os levou para fora do povoado, fora da Galiléia (8,22-26). Na primeira cura, o cego não ficou logo curado, sua fé era pela metade, (8,24), pois via as pessoas como "árvores andando". Assim também era a fé de Pedro: reconhecia o Messias (8,29), mas um Messias sem a cruz (8,32). Na segunda cura, Bartimeu também tinha a esperança "aleijada" (10,47-48), como Pedro, mas jogou fora o que tinha (8,50) e aceitou Jesus, sendo curado pela sua fé renovada (10,52), passando a seguir Jesus.

 

3.3.2 - Um gráfico para alerta do trecho perigoso.


a) O texto de 8,22-10,52, aqui comentado, é muito rico e ordenado. Contém, como vimos, duas curas de cegos e uma longa instrução aos discípulos sobre a Cruz, como também três anúncios da Paixão, que ainda veremos. Podemos então representar o texto, para fixação e memorização, assim:

8,22-26 - Cura de cego anônimo

8,27-38 - Primeiro anúncio da Paixão

9,1-29 - Instrução: sobre o Messias, a Transfiguração, ensino sobre Elias e sobre a fé em Jesus

9,30-37 - Segundo anúncio da Paixão

9,38-10,31 Instrução: os discípulos não são donos de Jesus; a caridade em ato; evitar escândalo; a igualdade do homem e da mulher; dignidade das crianças; o perigo das riquezas; partilha e desprendimento.

10,32-45 - Terceiro anúncio da Paixão

10,46-52 - A cura do cego Bartimeu

 

b) Cada um dos três anúncios traz uma palavra de Jesus que critica e corrige a falta de compreensão dos discípulos e ensina como deve ser o comportamento deles e nosso. No primeiro anúncio exige: negar-se a si mesmo (8,34); no segundo, a exigência é: fazer-se servo de todos (9,35); e no terceiro, uma exigência misteriosa: beber do cálice que ele mesmo vai beber (10,38-39).

 

c) Em dois dos três anúncios, Jesus pede silêncio (8,30; 9,30), como também na Transfiguração (9,9). Em três outras ocasiões ele impôs silêncio aos demônios (1,25; 1,34; 3,12), e quatro vezes ordenou a pessoas curadas o mesmo (1,44; 5,43; 7,36; 8,26). Em dois desses últimos casos, o resultado foi contrário (1,45; 7,36-37), porque a força do Evangelho se divulga por si mesma. Aliás, como se vê, não é sempre que Jesus pede silêncio aos curados. Uma vez, notemos, ele pediu até "publicidade" (5,19).

 

3.3.3 - Andando na periferia (11,1-13-37)

a) Nos capítulos 11 e 12, a instrução continua, porém não mais através de palavras, mas de ação e de testemunho. Mc vai usar muitas vezes a forma plural, para dizer que Jesus está acompanhado dos discípulos (11,1.12.15.20.27). Estes, como Jesus, já se encontram envolvidos por toda tensão. Os discípulos, aqui, já sentem a experiência do que significa seguir Jesus. (E nós, já sentimos também essa experiência?).

 

b) Olhando no espelho da caminhada, podemos ver que Jesus, seguindo o seu caminho (11,1-11), já rompeu com muita coisa e com muita gente. Vejamos:



Jesus rompe com o Templo (11,12-26).

Jesus rompe com os sumos sacerdotes, escribas e anciãos (11,27-12.12).

Jesus rompe com os fariseus e herodianos (12,13-17).

Jesus rompe com os saduceus (12,18-27).

Jesus rompe com os escribas (12,28-40)

 

A explicação para as atitudes de Jesus é bem simples, segundo as Escrituras: Ele é superior ao Templo, como próprio Templo de Deus (Cf. Jo 2,19); não depende de licença dos escribas e sumos sacerdotes (11,33); dos fariseus e herodianos exige que dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Quanto a Deus, não simplesmente moedas, o vil metal, mas principalmente a moeda verdadeira, isto é, o próprio povo, de que eles se apropriaram (12,17). Os saduceus, por sua vez, eram uma elite aristocrática, conservadora e sem fé na ressurreição. Jesus manda o ensinamento deles para escanteio e sugere que eles se atualizem (12,18-27).

E os escribas? Mestres da doutrina oficial em Israel, eram também mestres de calúnia (3,22), mestres em devorar as casas de viúvas (12,40), mestres da vaidade (12,38-39 ). Enfim, eram "mestres às avessas", que Jesus dispensa, sem deixar, porém, de reconhecer neles o mínimo de sinceridade quando esta é real (12,34). Mc mostra Jesus atento também a pequenos gestos que manifestam a vontade de Deus (12,41-44).

 

c) Depois de ter rompido com tudo que era relativo e de ter mostrado o que é essencial a Deus, ele sai do Templo e da cidade. Sentado no Monte das Oliveiras, frente ao Templo, faz o seu último discurso, só para quatro discípulos : Pedro, Tiago, João e André (13,1-4).

 

d) O discurso de 13,5-37 resume mais ou menos o seguinte:

 

Não se deixar enganar por falsos messias (13,5-8).

Não ter medo, pois, mesmo perseguidos, o Espírito Santo estará presente, com sua fortaleza (13,9-13)

Ler os "sinais dos tempos" e descobrir onde Deus está chegando e a atuando (13,14-27)

Atenção! Não é qualquer sinal que vem de Deus. Só Deus sabe a hora (13,28-32).

O que digo a vocês, digo a todos: sejam vigilantes! (13,33-37)

 

3.4 - Quarto trecho - O fracasso da morte como novo apelo - (14,1-16,8)

3.4.1 - Olhando no espelho da Paixão

 

a) Como pano de fundo temos a conspiração contra Jesus (14,1-2). As autoridades não estavam dispostas a presenciar a vitória de um simples galileu. E hoje? Como se revela a megalomania dos dias atuais? Ditadores modernos, que governam em democracias; banqueiros internacionais, que ditam as regras de jogo do mundo econômico; nações poderosas, que trazem outras no cabresto; executivos especializados, que, ao que parece, nada executam; conglomerados industriais, a reduzir sempre o trabalho a simples fator de produção...E os pobres, como ficam nessa ciranda? Como no tempo de Mc, muitas vezes acostumados com a exclusão!

 

b) Vejam: uma discípula de Betânia gasta um perfume caríssimo para ungir Jesus. Há indignação dos presentes. Para que tal desperdício? Hipocritamente se lembram dos pobres (14,3-9). Hoje também se diz o mesmo, com referência a alguns gastos da Igreja (Para que gastar tanto com a reforma de uma igreja? Catequese?!... As catequistas cobram para ensinar? Que absurdo o gasto com a visita do Papa!).

 

c) Como se falou no início, Jesus sempre se fez acompanhar dos discípulos, formando-os e ensinando-lhes os segredos do Reino. No Ev de Mc, sempre se vê um verdadeiro discipulado junto do Mestre. De fato, os discípulos eram o verdadeiro xodó de Jesus. Mas na hora da Paixão, que contraste! Traição (14,10-11); medo, mentiras e fuga (14,26-72). Aqui vemos os discípulos romperem com Jesus, mas, por serem frágeis e sinceros, Jesus não rompe com eles. Ao contrário, depois da ressurreição, vai precedê-los novamente na Galiléia (16,7), e com eles reiniciará a caminhada da Igreja (16,20).

 

d) O capítulo 15 descreve todo o drama da Paixão, de maneira reduzida, como é próprio de Mc (Comparar: Mc 1,12-13 com Mt 4,1-11 e Lc 4,1-13).

 

e) Finalmente, o capítulo 16 narra o episódio do túmulo vazio, as aparições do Ressuscitado e mostra já o início da vida da Igreja.

4 - ESCLARECENDO DOIS PONTOS SOBRE O SERVO SOFREDOR

4.1 - No tempo de Mc, pairava no ar uma dúvida a respeito da Cruz, por causa da prescrição de Dt 21,22-23.

Ora - pensava-se - como um condenado na cruz podia ser o Messias Salvador? Não era ele maldito, como diz o Antigo Testamento? A resposta, conhecida certamente por outras comunidades, não o era pelas de Mc. São Paulo diria depois em Gl 3,13-14 que Cristo se tornou "maldição" por nós. A afirmação de Paulo se ligava a palavras do próprio Jesus, como em Jo 3,14-15; 12,32. Em outras passagens, Paulo exalta a Cruz, como instrumento de redenção (Cf. Gl 5,11; 6,14; 1Cor 1,17-18.23-24).

 

4.2 - Outra dúvida nas comunidades primitivas diz respeito à volta de Elias, conforme Ml 3,23-24 e Eclo 48,10.

Se Elias ainda não havia voltado, como aceitar Jesus como o Messias prometido?

Quem esclarece o fato é o próprio Jesus, em Mc 9,12-13 e Mt 17,11-13, diante das perguntas de Mc 9,11 e Mt 17,10. Respondendo, Jesus fala da morte de João Batista (Cf. Mc 6,16.27-28), e, enfatizando a sua crueldade, aplica tal episódio ao cumprimento da ameaça de Jezabel a Elias (Cf. 1Rs 19,2.10).

Assim - ensina Jesus - Elias já veio, na pessoa de João Batista, e assim como em João Batista se cumpriu a ameaça de Jezabel a Elias, no Filho do Homem se cumprirão todas as profecias sobre o Servo Sofredor (Cf. Is 42,1-4.6-7; 49,3; 50,4-8; 52,13-53,12; Sl 21; Jr 11,19).


Bibliografia

 

1 - Caminhamos na estrada de Jesus (CNBB - Rumo ao Novo Milênio - nº 2)

2 - Bíblia

(Subsídio bíblico do Evangelho de Marcos por João de Araújo)

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João de Araújo - Curso do Evangelho de Marcos